sexta-feira, 27 de julho de 2012

O Quereres

Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão

Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói

Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e é de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock?n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus

O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é em mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há, e do que não há em mim


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terça-feira, 24 de julho de 2012

JOB

"Todo dia eu só penso em poder parar;
Meio-dia eu só penso em dizer não,
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão"



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10 COISAS QUE EU ODEIO EM VOCÊ


  1. Você dirigindo
  2. Toalha molhada na cama
  3. Você no trânsito
  4. Pasta de dente na pia
  5. Você na direção
  6. Saboneteira encharcada
  7. Você conduzindo um automóvel
  8. Quando você esta com sono
  9. Você no volante
  10. Sua desorganização

sábado, 21 de julho de 2012

Bruschetta

Acho que hoje encarnei Olivier Anquier. Depois de uma suculenta massa com frutos do mar no almoço, que chamei de Penne ao molho de lulas bebadas (descrito na postagem passada), resolvi preparar algo leve no jantar e verificando a geladeira, me surgiu a idéia da Bruschetta.

Ingredientes:

- 04 Pães carioquinhas adormecidos
- Maionese light
- Mostarda
- Requeijão
- Azeite extra virgem
- Azeitona
- Orégano
- Queijo parmesão ralado
- Queijo mussarela em fatias

Modo de preparo:

Para o molho, em um recipiente, ponha uma colher de sopa de maionese light, uma colher de sopa de requeijão, uma colher de chá de mostarda, orégano e azeitona bem picada. Mexa até que fique bem misturado. Corte os pães, passe o molho, ponha fios de azeite em uma travessa de inox, distribua os pães, polvilhe o queijo parmesão ralado por cima, cubra com fatias de queijo mussarela, mais fios de azeite por cima do queijo e orégano por cima. Em forno pré- aquecido, deixe de 15 a 20 minutos e estará pronto!





























Penne ao Molho de Lulas Bebadas

Hoje, sabadão, criei um pouquinho de coragem e fui pra cozinha preparar uma massa com frutos do mar. Então, saiu assim:

Ingredientes:

- Penne
- 01 kilo de camarão sem casca
- 01 Lula grande
- Cebola roxa
- Alho
- Manteiga
- Alcaparra
- Champion
- Vinho tinto
- 01 Limão
- 02 molhos de tomate tradicional
- Oregano
- Sal

Modo de preparo:

Limpe a lula, retirando pele, bolsa de tinta e orgãos. Fatie em aneis. Separe.
Em uma frigideira grande ponha 02 colheres de sopa de manteiga, alho e cebola e deixe por 2 minutos em fogo médio mexendo com uma colher de madeira.
Junte o molho de tomate, orégano, uma taça de vinho e sal a gosto. Mexa por 5 minutos. Depois acrescente o suco de um limão e o champion. Deixe ferver por mais 2 minutos. Como o tempo de cozimento do camarão é por volta de 5 minutos e a lula um pouco menos de 4 minutos, marque 5 minutos em contagem regressiva e acrescenta ao molho fervendo o camarão. Mexa e ao faltar 3,5 minutos acrescente a lula. Mexa até completar os cinco minutos. Em uma travessa de vidro, acomode o penne e despeje em quantidades iguais todo o molho em cima da massa. Pronto!























quarta-feira, 18 de julho de 2012

Again


Eu falo de amor à vida, você de medo da morte
Eu falo da força do acaso e você, de azar ou sorte
Eu ando num labirinto e você, numa estrada em linha reta
Te chamo pra festa mas você só quer atingir sua meta

Sua meta é a seta no alvo
Mas o alvo, na certa não te espera

Eu olho pro infinito e você, de óculos escuros
Eu digo: "Te amo" e você só acredita quando eu juro
Eu lanço minha alma no espaço, você pisa os pés na terra.
Eu experimento o futuro e você só lamenta não ser o que era
E o que era ? Era a seta no alvo
Mas o alvo, na certa não te espera

Eu grito por liberdade, você deixa a porta se fechar
Eu quero saber a verdade, e você se preocupa em não se machucar
Eu corro todos os riscos, você diz que não tem mais vontade
Eu me ofereço inteiro, e você se satisfaz com metade

É a meta de uma seta no alvo
Mas o alvo, na certa não te espera

Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada
Quando se parte rumo ao nada ?

Sempre a meta de uma seta no alvo
Mas o alvo, na certa não te espera

Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada
Quando se parte rumo ao nada...






And all the wine is all for me
And all the wine is all for me
And all the wine is all for me



segunda-feira, 16 de julho de 2012

De repente, classe C

15/07/2012 – Folha de São Paulo


Sou ex-pobre. Todos querem me vender geladeira agora. O trem ainda quebra todo dia, o bairro alaga. Mas na TV até trocaram um jornalista para me agradar
Eu me considerava um rapaz razoavelmente feliz até descobrir que não sou mais pobre e que agora faço parte da classe C.
Com a informação, percebi aos poucos que eu e minha nova classe somos as celebridades do momento. Todo mundo fala de nós e, claro, quer nos atingir de alguma forma.
Há empresas, publicações, planos de marketing e institutos de pesquisa exclusivamente dedicados a investigar as minhas preferências: se gosto de azul ou vermelho, batata ou tomate e se meus filmes favoritos são do Van Damme ou do Steven Seagal.
(Aliás, filmes dublados, por favor! Afinal, eu, como todos os membros da classe C, aparentemente tenho sérias dificuldades para ler com rapidez essas malditas legendas.)
A televisão também estudou minha nova classe e, por isso, mudou seus planos: além do aumento dos programas que relatam crimes bizarros (supostamente gosto disso), as telenovelas agora têm empregadas domésticas como protagonistas, cabeleireiras como musas e até mesmo personagens ricos que moram em bairros mais ou menos como o meu.
A diferença é que nesses bairros, os da novela, não há ônibus que demoram duas horas para passar nem buracos na rua.
Um telejornal famoso até trocou seu antigo apresentador, um homem fino e especialista em vinhos, por um âncora, digamos, mais povão, do tipo que fala alto e gosta de samba. Um sujeito mais parecido comigo, talvez. Deve estar lá para chamar a minha atenção com mais facilidade.
As empresas viram a luz em cima da minha cabeça e decidiram que minha classe é seu novo alvo de consumo. Antes, quando eu era pobre, de certo modo não existia para elas. Quer dizer, talvez existisse, mas não tinha nome nem capital razoável.
De modo que agora elas querem me vender carros, geladeiras de inox, engenhocas eletrônicas, planos de saúde e TV por assinatura. Tudo em parcelas a perder de vista e com redução do IPI.
E as universidades privadas, então, pipocam por São Paulo. Os cursos custam R$ 200 reais ao mês, e isso se eu não quiser pagar menos, estudando à distância.
Assim como toda pasta de dente é a mais recomendada entre os dentistas, essas universidades estão sempre entre as mais indicadas pelo Ministério da Educação, como elas mesmas alardeiam. Se é verdade ou não, quem pode saber?
E se eu não acreditar na educação privada, posso tentar uma universidade pública, evidentemente. Foi o que fiz: passei numa federal, fiz a matrícula e agora estou em greve porque o campus cai aos pedaços. Não tenho nem sala de aula.
Não que eu não esteja feliz com meu novo status de consumidor, não deve ser isso. (Agora mesmo escrevo em um notebook, minha TV tem cem canais de esporte e minha mãe prepara a comida num fogão novo; se isso não for felicidade, do que se trata, então?)
O problema é que me esforço, juro, mas o ceticismo ainda é minha perdição: levo 2h30 para chegar ao trabalho porque o trem quebra todos os dias, meu plano de saúde não cobre minha doença no intestino e morro de medo das enchentes do bairro.
Ou seja, ao mesmo tempo em que todos querem me atingir por meu razoável poder de consumo, passo por perrengues do século passado. Eu e mais de 30 milhões de pessoas -não somos pobres, mas classe C.
Deixa eu terminar por aqui o texto, porque daqui a pouco vão me chamar de chato ou, pior, de comunista. Logo eu, que só li Marx na versão resumida em quadrinhos. Fazer o quê, se eu gosto é de autoajuda?


LEANDRO MACHADO, 23, é estudante de letras na Universidade Federal de São Paulo, mora em Ferraz de Vasconcelos (SP) e escreve no blog Mural, da Folha



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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Nunca




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Lembra que no primeiro toque deu choque
Lembra que você mudou de cor

Queria me enjoar de você
Do doce do seu beijinho
Do cheiro, do jeito, da fauna
E da flora

Lembra dos dias azuis
Que luz!
Lembra seu corpo
Juntou do meu


Queria me enjoar de você
Mas não consigo
O jeito é deixar doer pra ver se sara...


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quarta-feira, 11 de julho de 2012

Quanto tempo eu perdi em meu quarto
Fazendo preces para que eles me abrigassem em seus braços
E eu não os vi me pouparem uma lágrima
E isso não vai mais me acontecer
Porque perdi muito do meu tempo em orações
E eu me perdi por um longo tempo neste caminho
Vi que todos os sonhos que eu tinha paravam em minha cabeça
Não passariam de sonhos se dependessem deles
Sonhos são para serem conquistados
Sem depender dos céus em sua mente
Sonhos são para serem conquistados
Sem promessas, so depende de você mesmo
Venha comigo que eu mostro um novo caminho
Venha comigo que os anjos lhe esqueceram há tempos
E o tempo passa rápido e não volta um segundo sequer
É hora de trazer a realidade a tona e sua dignidade de volta
Não feche as janelas nem se esconda atrás de portas
Todas estas imagens so lhe observam em um olhar morto
Porque perdi muito do meu tempo em orações
Pra anjos imaginários que cruzaram meu caminho
Sonhos são para serem conquistados
Sem depender dos céus em sua mente
Sonhos são para serem conquistados
Sem promessas, so depende de você mesmo
Venha comigo que eu mostro um novo caminho
Venha comigo que os anjos lhe esqueceram há tempos


Eduardo Ramos


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terça-feira, 3 de julho de 2012

Walk Off The Earth




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Colors




I know we all, we all got our faults
We get locked in our vaults and we stay
But when you're gone all the colors fade
When you're gone
You're gone
Colors seem to fade
Colors seem to fade

Gotye - Somebody That I Used To Know (feat. Kimbra)




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